Friday, June 23, 2006



Faísca

a chuva que bate na janela
a água que derrama como lágrimas
leva embora o mal, a angústia
leva embora a tristeza, a minha renúncia
o choro que calou
um pingo assustou
e a chuva continua
calada em seu trovão
falando em seu relâmpago
e me escuta e me aconselha
e leva embora tudo o que me rodeia
deixando apenas um arrepio
uma calma envolvente espanta o frio
uma faísca de esperança ofusca o lado sombrio
e a chuva vira essência
a própria face da felicidade
e enquanto as nuvens se desfazem
uma última lágrima cai enquanto a chuva parte
e quando acaba o desespero
abre-se o caminho para a era da saudade

This page is powered by Blogger. Isn't yours?