Wednesday, May 10, 2006

sendo, não sendo, tornando, voltando
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e por que me justificar por qualquer coisa?
se faço o que faço, conheço os meus pecados
quem irá me condenar?
se decido andar por cima das águas do mar como uma profeta
se pulo de cima de um prédio e abro minhas asas para voar
se beijo uma boca apenas para sentir o calor humano passando de um corpo para outro.

meus passos não são errantes, são pedantes
pedem suas mãos, desejam atenção
desmoronando-me a partir de um presságio bobo
um abismo se abrindo em minha volta
as consequências dos meus atos me circulando, cantando minha derrota
e eu encolhida no meu berço, no meu leito, no meu caixão
com uma garrafa de bebida e um cigarro na mão

mas hei de erguer-me, hei de vencer esse futuro macabro
futuro que eu mesma tracei para mim
mas, sendo o que sou e não sendo o que sou
torno-me um anjo negro ressurgindo do poço
banho-me na água, livro-me do mal e dos erros
fujo
e volto ao meu lugar
caminho para casa através de um caminho sobre as águas do mar.


[L.F.]

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