Thursday, June 12, 2008

Tira da tua boca essa palavra selvagem. Esconda suas verdades e exponhas suas demências. A tortura me alimenta, me sustenta, me entorpece com seus antros mágicos de loucura.

Tira da tua boca essa palavra suja. Essa condensação de maus pensamentos, essa relva de verde pastoso, seboso, ocioso e lento. Joga fora esse lixo que é o meu desmatamento, o fogo da minha madeira que queima queima queima e explode sobre as cabeças de pobres seres inconscientes e humanos.

Joga, pisa, derrete essa palavra que corrompe os nossos pés e as nossas mãos e as nossas vértebras e nos deixa imóveis, em estado vegetativo, em coma, em cima de uma cama de lençóis ácidos. Eu quero escutar os gritos escuros e mórbidos, silenciosos como pedra estática, de uma voz inexistente em meus ouvidos surdos.

Livre-se dessa palavra que é sua condenação, sua sentença obscura ao reino das lágrimas e penumbras. Jogue-a, espanque-a, CORRA.

Livre-se dessa palavra que quase deixa transparecer a sua insegurança. Prove que a nada teme, assim como eu, que a tudo temo.

Corra e fuja, mate-se! antes de encontrar essa palavra, que se chama...


[L.F.]

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